Bàbá Rasaki Sàlámì Sàláwu

Falando de Axé com o Bàbálóòrìsà e Olóòjè Rasaki Sàlámì Sàláwu (Bàbá Àpésì). Bàbá Rasaki é Africano, de origem Egbá, nasceu em Abéòkúta, Estado de Ògún-Nigéria. Filho espiritual da Saudosa Ìyá Obìmonure Àsàbí. É Sacerdote de Òrìsà, principalmente de Ògún, Egúngún, Òsanyìn. Residindo no Brasil já alguns anos, mais precisamente em São Paulo, Capital. É o Supremo Sacerdote do Templo de Culto à Òrìsà – Ilé Àse Àpésì Olóòjè (Tradição Religiosa de Abéòkúta).

 

Temos o Prazer de Falar de Axé com Bàbá Rasaki:

 

Falando de Axé: Com alguns anos já no Brasil, o que o senhor acha da forma como os Orixás são cultuados aqui no Brasil?

Bàbá Rasaki: Eu tenho certeza, é maravilhoso, brasileiro ama orixá e acredita muito em orixá, assim como nós Nigerianos. Pessoas que não respeitam os Òrìsà e a Religião existe em todos os lugares, mas também existem muitos brasileiros que levam a sério, que respeitam e não brincam com o Culto!

Todo mundo tem seu conhecimento, ninguém sabe tudo, quem sabe tudo é Òrìsà e Deus, por isso, cada pessoa deve ser respeitada pelo aprendizado que possui e o há muitos brasileiros que conhecem muito de Òrìsà!

 

Falando de Axé: Qual é seu sonho dentro da religião?

Bàbá Rasaki: Meu sonho é bom, é maravilhoso! É transmitir o conhecimento que possuo dentro de minha tradição (Abéòkúta – Ògún State), para aqueles que desejarem aprender um pouco mais, contribuindo assim para que os Orixás sejam cada vez mais e melhor cultuados!

 

Falando de Axé: Sabemos que o senhor é de Ògún, o que essa maravilhosa  Divindade representa em sua vida?

Bàbá Rasaki: Eu acredito muito em Ògún, ele me ajudou muito em minha vida, me dá caminhos, me proporciona novas buscas de crescimento!

 

Falando de Axé: O que o Senhor pode nos falar de Ògún?

Bàbá Rasaki: Ògún abre os caminhos, Ògún é bom, mas como todos os orixás, Ògún é melindroso e não gosta de ser enganado, tanto que na minha terra quando juramos, juramos por Ògún, com uma faca na boca, e se a pessoa mentir poderá ter sérios problemas!

 

Falando de Axé: Bàbá, Egúngún é uma das Divindades (Ancestrais) mais mal interpretada pelos brasileiros, o senhor como Olóòjè (Sacerdote de Egúngún), poderia nos falar um pouco sobre esta Divindade?

Por exemplo, Egúngún pode abraçar as pessoas?

Bàbá Rasaki: Pode abraçar sim.

Egúngún é um orixá, como os demais, o tratamento é diferenciado, como cada orixá tem seu tratamento. E no momento do abraço pode pedir tudo o que quiser, e Egúngún dará, pode pedir filhos, saúde e vida longa!

Talvez, um dos motivos pelo qual foi criado este mito de não poder abraçar o ancestral, seja pela ilusão que alguns querem manter viva, de que não há uma pessoa em baixo da roupa.

Mas, de fato há, e o importante é a energia e o axé que a roupa possui. Assim como o ferro é importante para Ògún, a água para Òsun e Yèmoja, e etc...

Falando de Axé: Sabemos que um dos projetos do seu Templo, é o de levar pessoas para a Nigéria, qual seria o motivo Bàbá?

Bàbá Rasaki: Cada orixá tem sua cidade de origem, por exemplo; Òsun é de Òsogbo; Ifá e Odùdúwà de Ilé Ifè; Sàngó de Òyó; Ògún de Ìré, etc., o objetivo é que cada pessoa conheça a terra de seu orixá, conheça como os orixás são cultuados lá. Pois assim como Jerusalém está para os Judeus, como o Vaticano está para os Católicos, a Nigéria e o Benin com suas cidades sagradas, berço de determinados orixás, está para os devotos de orixá. Todos os devotos de orixá deveriam conhecer as cidades Iorubanas, na Nigéria e no Benin.

 

Falando de Axé: Bàbá, gostaríamos que o senhor deixa-se uma mensagem para os devotos e cultuadores de orixá:

Bàbá Rasaki: Respeitar as diferenças de culto, seja no Brasil ou na Nigéria, é dever do ser humano (cultuador). Buscar conhecimentos e adequá-los a sua realidade. Devem evoluir e adquirir sabedoria, sem deixar e respeitar os outros.

Todas as pessoas de orixá são meus irmãos, são de minha família e desejo que os orixás abençoe à todos!

 

Bàbá Àpésì (Rasaki) e Bàbá Òsàlásínà (Zarcel) trabalham juntos com um mesmo objetivo, ajudar as pessoas a se aproximarem da tradição yorùbá, pois ela não é tão complicada como alguns querem demonstrar e nem tão simples quanto outros fazem. Respeitando as diversas tradições já existentes no Brasil queremos apenas contribuir para o desenvolvimento cultural e espiritual dos devotos de orixá no Brasil.

 

Ire fún gbogbo àwa!

(Felicidades para todos nós)!