Mama Maza Kessy

Falando de Axé homenageia Mama Maza Kessy, Sacerdotisa de Kandomblé Ngola/Kongo que tem a sua Nzo na Cidade de Santos - SP. Sacerdotisa essa que muito tem contribuído para a Religião Afro-brasileira no Brasil.

 

Falando de Axé: Mam’etu Maza, a senhora poderia nos falar como e quando conheceu o Candomblé e o que lhe levou a escolher a mesma como Religião?

Mam’etu Maza Kessy: Primeiro busquei conhecer o que era o Candomblé, não chegando a uma conclusão e tendo a necessidade espiritual procurei a Nzo (templo de culto) do José Ribeiro (in memoriam), segundo ele recém chegado da África, há 41 anos passado.

 

Falando de Axé: A senhora poderia dizer para nossos leitores, de acordo com sua visão e vivência, o que é Candomblé e o que esta magnífica Religião Afro-Brasileira representa para senhora?

Mam’etu Maza Kessy: Representa a força, a magia dos nossos minkise, orixás nas nossas vidas.

 

Falando de Axé: Como à senhora descreve o Candomblé de hoje, será que possui diferença em relação ao Candomblé de antes?

Mam’etu Maza Kessy: Muita. Antes existia mais cumplicidade, respeito e responsabilidade. Ninguém se intitulava pais ou mães de santo sem ter em mãos os seus direitos dados pelos mais velhos.

Falando de Axé: Para senhora, qual é a Importância das Crianças e dos Jovens dentro do Candomblé?

Mam’etu Maza Kessy: São muito importantes, mas, infelizmente os seus responsáveis não fazem muita questão de levá-los aos cultos, talvez, ainda devido ao preconceito, acabam ocultando dos seus próprios filhos a religião. Digo importantes, pois os pequenos de hoje são os adultos de amanhã.

 

Falando de Axé: O que justifica para a senhora, a grande discriminação em relação ao Candomblé?

Mam’etu Maza Kessy: Nada justifica. É uma religião fervorosa, com muito respeito. Onde encontramos amor, paz, fé, união, etc. Belezura pura!

 

Falando de Axé: Em sua Nzo (Templo Religioso de Culto aos Minkisi – Divindades bantus), é realizado algum projeto social?

Se sim, por quê?

Se não, por quê?

Mam’etu Maza Kessy: Sim, sentia a necessidade de ajudar aqueles que passam fome, doando cestas básicas.

 

Falando de Axé: De acordo com a sua vivência, o que a senhora acredita que falta, para que nossa religião seja mais respeitada e menos descriminada por todos?

Mam’etu Maza Kessy: O nosso empenho em uma união sincera, para ajudar os nossos irmãos que estão na luta por essa causa. Para mim, uma causa nobre.

 

Falando de Axé: Mama Maza, a senhora poderia nos falar sobre a Divindade (Nkisi) Ndanda Lunda, que é sua divindade regente e também a divindade regente de seu Templo e o que ela representa em sua vida?

Mam’etu Maza Kessy: Ela é a minha própria vida. É o meu mundo cheio de amor, paz, ternura, bondade, beleza pura.

 

Falando de Axé: O que a senhora poderia nos falar em relação à hereditariedade sanguínea, principalmente por parte dos sacerdotes, dentro do Candomblé?

Mam’etu Maza Kessy: Acho correto, se não houver sanguíneos para a continuação e se for à vontade do sacerdote, devera ser entregue a um dos filhos mais velhos que tenha dignidade, respeito e responsabilidade.

 

Falando de Axé: Para finalizar essa nossa maravilhosa conversa, qual é a Mensagem que a senhora deixa para os nossos leitores, para os candomblecistas e para aqueles que lhe admiram e vêem na senhora um exemplo a ser seguido, seus descendentes?

Mam’etu Maza Kessy: Para os leitores não se deixarem levar pelos falsos livros, as falsas mensagens e os falsos escritores. Existem muitos ainda dignos de serem lidos e aproveitados.

Aos meus irmãos que tem a árdua missão de ter uma Nzo (Templo Religioso de Candomblé) aberta ao público, informar todo lado bom do Candomblé para os seus seguidores. É isso que faço com os meus.

Agradeço a Deus e aos Minkise por terem colocado em meu caminho filhos maravilhosos, a eles eu agradeço do fundo do meu coração e a todas as pessoas que me respeitam, a minha grande gratidão. Ninguém faz nada sozinha. Não quero ser a maior e nem a melhor, me sinto igual a todos.

Maza Kessy amem ou a deixem..rsrsrsrs